Crianças de hoje: independência ou falta de limites?


Hoje percebemos a enorme dificuldade que os pais encontram para impor limites a seus filhos, muitos com medo de que eles desenvolvam algum ‘problema’ psíquico por isso. Mas autoridade é diferente de autoritarismo, colocar limite é diferente de espancar e respeito é diferente de medo. Nada em excesso faz bem. Ou seja, os pais não podem deixar de colocar limites a seus filhos e permitir que os pequeninos mandem em casa, o que acontece muitas vezes quando os papéis se invertem. As crianças devem aprender desde cedo o que é certo, o que é errado, a importância de respeitar aos pais e saber exatamente qual é o seu lugar. Se isso não acontece, aí sim, virão problemas dos mais variados. A falta de limites impede que a criança saiba qual é o seu lugar no mundo e nas relações, o que a deixa perdida, sem referências e com enorme dificuldade de obedecer a regras e normas sociais.

Segundo reportagem publicada na revista Viver Mente e Cérebro, os filhos aprenderam a dominar a arte de selecionar, negociar e até recusar as tarefas dadas por seus pais. Esse crescimento na ‘autonomia’ pessoal dentro de casa nas últimas décadas pode ser o resultado da diminuição das oportunidades para participar de atividades fora de casa, de acordo com a pesquisadora americana Markella Rutherford do Wellesley College, nos Estados Unidos. Ela analisou edições antigas da popular revista americana Parents e mapeou como o retrato da autoridade dos pais e da autonomia dos filhos mudou ao longo do último século. Seu estudo foi publicado online no Springer’s Journal Qualitative Sociology.

De acordo com a matéria, adultos encontram uma difícil tarefa quando tentam equilibrar a própria autoridade com independência para os pequenos, tentando ser o tipo de pais que consideram mais correto, com base em inúmeras fontes de informação, como publicações, opiniões de família, amigos, médicos, professores e especialistas. Rutherford pesquisou como o aumento da importância do individualismo na cultura ocidental transparece na educação. Esse é um fato importante a ser considerado, já que as crianças que crescem num ambiente individualista dificilmente serão cooperativas e solidárias.


O estudo demonstrou que enquanto os artigos da revista mostraram uma grande autonomia infantil em algumas áreas, também revela que as crianças se tornaram mais confinadas em outras. Em vez de um crescimento na autonomia, ela descobriu evidências de um conflito histórico: enquanto os filhos parecem ter conquistado mais liberdade em ambientes privados de suas casas, perderam muito de sua autonomia quando estão longe dos pais.

Temos que pensar que a autonomia e uma certa independência são fundamentais para o desenvolvimento da criança, mas nunca sem LIMITES!


Thaís Gonçalves Silva
Psicóloga Clínica

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