Disortografia

"Minha gasa é ponita". Esse tipo de troca de letras é comum na fase de alfabetização, quando as crianças estão adquirindo as habilidades da leitura e da escrita. Muitas crianças sentem dificuldade de associar os fonemas (som das letras) e os grafemas (escrita das letras), principalmente das chamadas consoantes surdas e sonoras (F e V, T e D, P e B, C e G), que têm sons parecidos e para serem pronunciadas exigem o mesmo movimento da boca. Ou seja, ao escreverem uma palavra, não sabem qual letra devem colocar no papel. Por exemplo, vaca é com v ou com f? Isso porque a relação com sons e palavras impressas ainda não estão dominadas por completo. Mas quando essa dificuldade persiste ao longo do Ensino Fundamental I é possível que a criança sofra de uma dificuldade de aprendizagem chamada de disortografia. "Hoje é mais fácil para o professor detectar a disortografia porque a alfabetização é global. Quando a alfabetização é feita do modo tradicional, com cada letra sendo trabalhada separadamente, demora mais para ser percebida", diz a psicopedagoga e escritora de livros infanto-juvenis Paula Furtado. "Em escolas bilíngues, muitas vezes o professor acha que a criança está misturando as línguas", completa. Saiba mais sobre essa dificuldade de aprendizagem a seguir.


Características


- Troca de letras que têm sons parecidos: feio e veio, xícara e jícara, pata e bata, contente e condende 
- Adição de sílabas: pirulito/pirulilito 
- Omissão de letras: bravo/ bavo, prato/pato  Contaminação de sílabas: pipoca/picoca 
- Separação incorreta de palavras: a prender  Aglutinação de palavras: Amanhã nãovou para aescola 


- Dificuldade em perceber as sinalizações gráficas como parágrafos, acentuação e pontuação 
- A disortografia pode ou não estar associada a trocas desses mesmos fonemas na fala, dificuldade chamada de distúrbio articulatório ou troca de letras na fala 
- Devido à dificuldade, a criança disortográfica evita escrever e, quando escreve, os textos são curtos



Disortografia x dislexia

A dislexia é um distúrbio na leitura que afeta a escrita, normalmente detectado na fase da alfabetização, enquanto a disortografia é um distúrbio auditivo. "Geralmente disléxicos são disortográficos, mas disortográficos não necessariamente são disléxicos", explica Paula Furtado.


Como lidar com alunos disortográficos 


Estimule a memória visual das crianças com cartazes de letras e números espalhados pela sala de aula. Mas tome cuidado com a poluição visual 
- Elogie o aluno quando ele escrever corretamente 
- Encaminhe a criança para um fonoaudiólogo ou psicopedagogo. "Para um tratamento eficiente é preciso que haja parceria entre o fonoaudiólogo/ psicopedagogo, os pais e a escola", acredita Paula Furtado 
- Observe quais são as trocas mais comuns que seus alunos cometem e aplique jogos e brincadeiras para trabalhá-las. Veja a seguir algumas sugestões



Fonte: http://revistaguiafundamental.uol.com.br/professores-atividades/83/imprime211959.asp

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